sábado, 22 de março de 2008

3G no Brasil

Finalmente, após muito tempo de espera, a tecnologia da terceira geração, ou simplesmente 3G, chega ao nosso país. A principal causa da demora era a necessidade da liberação de novas frequências pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pois a tecnologia GSM (usada por todas as operadoras do país) necessita de frequência específica para instalação do serviço. A Telemig Celular (operadora mineira que foi comprada pela Vivo em setembro/ 2007), ao contrário das demais operadoras, já havia iniciado a implantação do 3G, pois possuía uma frequência compatível com a tecnologia.

Existente já há alguns anos em países como EUA, Japão, Coréia e também na Europa, a tecnologia 3G é o terceiro passo significativo da evolução dos celulares, desde o seu primeiro formato:
# 1ª geração
- Redes analógicas;
- Tecnologia mais representativa: AMPS (Advanced Mobile Phone Service);
- Capacidade da rede restrita à realização de ligações de voz.

# 2ª geração
- Início das redes digitais;
- Vários padrões tecnológicos, principalmente: TDMA (Time Division Multiple Acess), CDMA (Code Division Multiple Acess), GSM (Global System for Mobile Communication);
- Surgimento de serviços como SMS (mensagem de texto) e WAP (internet) por chamada de voz, algo semelhante à "internet discada" dos computadores.

# 2,5ª geração
- Classificada como uma geração intermediária entre 2G e 3G;
- Desenvolvimento de tecnologias de dados para complementarem as tecnologias digitas já existentes, como padrões GPRS e, posteriormente, EDGE para redes GSM e 1xRTT para CDMA;
- As novas evoluções de dados permitiram serviços como internet WAP por pacotes (que permite a cobrança por quantidade de dados trafegados e não mais por tempo de uso) e MMS (mensagem multimídia, que agregava fotos, sons e até vídeos);
- Velocidade de transmissão de dados (aproximada): GSM GPRS (44 Kb/s), CDMA 1xRTT (144 Kb/s), GSM EDGE (200 Kb/s);
- A tecnologia 2,5G é a mais presente nos celulares brasileiros.

# 3ª geração
- Assim como a 2,5G, caracteriza-se por adição de novas tecnologias de dados às tecnologias digitais existentes (CDMA e GSM);
- O GSM, que até então usava uma transmissão de dados baseada no padrão TDMA passa para uma base baseada no CDMA, e muda seu nome para WCDMA ou UMTS (Universal Mobile Telecomunications System);
- O CDMA continua da mesma maneira, sendo apenas acrescido da tecnologia EV-DO (Evolution Data Optimized);
- Velocidade aproximada de transmissão de dados: WCDMA (2 Mb/s), EV-DO (2,4 Mb/s).

A chegada da tecnologia 3G traz novas possibilidades de serviços para as operadoras, entre eles a famosa vídeo-chamada, que, como já explica o nome, permite que os usuários conversem por voz e imagem simultaneamente, algo similar à uma conversa por webcam. Estas funções implicam em transmissão de dados em alta velocidade pelos aparelhos, algo só vindo com a terceira geração. Também os serviços de downloads apresentarão significativa expansão, visto que essa taxa de dados permite, por exemplo, baixar um álbum musical inteiro em poucos minutos.






Além disso, outros serviços, antes não explorados, ou explorados timidamente pelas empresas de telecomunicação móvel serão oferecidos, e um dos mais aguardados é a internet banda larga. Todas as operadoras hoje já oferecem serviço de acesso à rede para computadores, principalmente notebooks, por meio de placas ou mini modems, mas com baixa velocidade. Isso agora está em vias de mudar. Para o consumidor é uma alteração que gera expectativa, pois com a entrada das operadoras de celular no mercado de internet banda larga, a concorrência, que já é grande, sofrerá um grande aumento, o que sinaliza preços mais atraentes.

A Vivo, diferentemente de todas as outras empresas de telefonia celular do país, já oferecia a tecnologia 3G desde 2004, no padrão CDMA EV-DO. A nova tecnologia, entretanto, não emplacou, por fatores como preço elevadíssimo dos aparelhos EV-DO e alto custo da implantação da rede nessa tecnologia, o que freou a expansão da cobertura, que até hoje está presente em pouquíssimas cidades brasileiras, e em alguma delas apenas em certos setores.
Os preços do CDMA EV-DO eram elevados por dois motivos:
1) Diferentemente do GSM, o padrão CDMA e suas evoluções são patenteados, precisamente pela empresa norte-americana Qualcomm, o que eleva o custo de aparelhos e equipamentos;
2) Não bastasse o pagamento de royalties, a baixa popularidade do CDMA em relação ao GSM eleva o preço por questões de menor oferta dos mesmos aparelhos e equipamentos (a Nokia, por exemplo, maior fabricantes de celulares do mundo, deixou o padrão CDMA para se concentrar em GSM em 2006).


Várias operadoras adquiriram licença para a terceira geração no padrão GSM, mas apenas Telemig e Claro (operadora pertencente à rede mexicana América Móvil, do magnata Carlos Slim) já iniciaram as operações com a tecnologia, embora com cobertura bem reduzida. A Claro oferece o serviço video-chamada, ao custo de R$0,60 por minuto, que pode ser feito entre celulares e de celulares para web (e vice-versa).


TIAGO GEBRIM

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